ALIMENTARAM-SE SOMENTE DA EUCARISTIA.
“Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida, e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida “(João 6,55)
O corpo humano para sobreviver precisa de alimento. Por isso, comer e beber é uma necessidade física normal. Na história da Igreja existem testemunhos de pessoas que diminuíram a dependência do corpo ao alimento, e em alguns casos até o suprimiram completamente.
Não se trata de algo exclusivo do cristianismo. No Antigo Testamento temos diversas referências a este respeito. Moisés passou quarenta dias sem comer nada no alto do Monte Sinai; Elias depois de receber o Pão do Céu, dado pelo Anjo, caminhou quarenta dias até o Monte Horeb. Nosso Senhor Jesus Cristo jejuou durante quarenta dias no deserto.
Na história da Igreja muitos foram os Santos que deram exemplo de uma vida em que o alimento exclusivo foi unicamente a Eucaristia: Santa Ângela de Foligno, passou 12 anos de completo jejum de alimentos; Santa Catarina de Siena, 8 anos; A Beata Elizabeth Of Reute, 15 anos ; Santa Lydwine de Schiedam, 28 anos; Santa Catarina de Gênova, 23 anos; São Nicolau de Flue, 20 anos.
Mas é importante ter presente casos mais recentes de pessoas que foram acompanhadas pelos representantes da Igreja e por médicos: Louise Lateau, viveu 13 anos só da Eucaristia (1885); Alexandrina Costa, (1955); Tereza Neumann, 35 anos (1962); Marta Robin, 50 anos (1981). São fenômenos extraordinários em que as pessoas viveram exclusivamente da Eucaristia.
LOUISE DE LATEAU
Nasceu em 29 de janeiro de 1850, em Bois d’Haine na Bélgica. A tragédia fez parte de sua vida desde os primeiros momentos do seu nascimento. O pai falece de varíola. Diante deste acontecimento a mãe, em choque permanece na cama por 18 meses. Seus primeiros meses de vida foram tomados pela mesma doença do pai, sobreviveu graças a alguns vizinhos caridosos.
A pobreza acompanhou a sua família, passando fome e frio. Sua mãe era profundamente religiosa, falava constantemente às filhas a respeito da bondade de Deus. Neste ambiente piedoso foi aprendendo o significado de ajudar as pessoas. Tinha uma predileção especial pelos pobres e doentes.
Aos 11 anos fez a sua primeira Comunhão e sua vida será a partir daí marcada até o último momento por Amor a Jesus Eucarístico.. A sua alegria consistia em consumir-se ajudando seus semelhantes, como testemunho vivo do Amor de Nosso Senhor presente em sua vida. Em 1866, quando Louise tinha 18 anos, a Bélgica é ameaçada por uma epidemia de cólera. Ela é chamada para cuidar dos doentes nos leitos, costurar roupas e enterrar os mortos, às vezes até tendo de transportá-los para o cemitério. Nesta época entra para a Ordem Terceira Franciscana.
Em 1867 é acometida por uma grave doença na garganta, que segundo os médicos seria fatal. Ela prepara-se para a morte, recebendo os últimos Sacramentos. Acontece o inesperado: é curada de um modo sobrenatural. Começam as suas primeiras manifestações místicas.
Na noite de 3 de janeiro de 1868, primeira sexta feira do mês, dia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, estando em oração, seu coração foi inundado por uma profunda alegria pela presença do Senhor. Um raio de Luz a envolve, deixando em seu corpo as Chagas ou Estígmas de Jesus. Estas manifestações se repetiram durante várias sextas-feiras até que, à imitação das Chagas de Jesus, o sangue começou a fluir, primeiro do seu lado esquerdo e depois de seus pés e mãos. A seguir apareceram também feridas semelhantes as causadas pela coroa de espinhos. O seu desejo profundo de união com Deus faz com que não durma mais. Ela dizia: “Graças a Deus, as noites passam como os dias sem ser consciente de nada”. Estas manifestações se repetiram todas as sextas-feiras durante sua vida terrena.
Em abril de 1871 ela deixa definitivamente de comer qualquer tipo de alimento, porque vomitava tudo o que ingeria; numerosos médicos foram testemunhas de seus êxtases e provaram o fato de que não tomou comida durante 12 anos de sua vida. O único alimento aceito pelo seu organismo era a Eucaristia, e esta fazia brotar nela tal união com Cristo que logo que comungava o mundo exterior deixava de existir para Louise. Apesar do jejum total, insônia e das perdas de sangue, dividia seu tempo entre cuidar dos doentes, ajudar os necessitados, receber visitantes e fazer tarefas penosas ajudando suas irmãs e sua mãe.
Até o dia de sua morte o seu único alimento foi a Eucaristia. Em sinal de obediência ao Bispo e ao médico tentava engolir algum alimento, que entretanto seu organismo rejeitava vomitando. Exames laboriatoriais, pedidos pelo seu médico, concluíram que em virtude da ausência de secreção gástrica o processo de digestão estava interrompido.
Em 1876 enfraquecida não consegue mais ir à Igreja para participar da Santa Missa. Passa a receber todos os dias a Comunhão em sua casa. Três anos depois vê-se obrigada a ficar na cama até o dia de sua morte, 25 de agosto de1883. A causa de sua Canonização foi aberta em 1991.
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