quarta-feira, 15 de junho de 2011

-SANTO ANTÔNIO LIVROU O PAI DA FORCA?
-sim, Santo Antônio livrou o seu pai da forca. E o fez com muita pressa. Aconteceu um crime de morte em Portugal, onde nascera Santo Antônio, e não se sabe bem porque as suspeitas do crime recaíram sobre o pai do santo. No dia do julgamento, os juízes estavam reunidos para proferir a sentença condenatória. No banco dos réus, seu pai não podia se defender, também não se sabe porque. Santo Antônio pregava neste instante um sermão numa Igreja da Itália. Ele interrompeu e sermão e ficou imóvel, como se estivesse dormindo em pé. Durante este mesmo tempo foi visto na sala do júri, em Portugal, conversando com os juízes. Ninguém sabe bem o que se pode aferir dessa sincronicidade, pois na época não existia celular, teleconferência ou coisa do gênero, mas pouco importa. Disse o Santo ao juíz: "Magistrado, porque tanta precipitação? Posso provar a inocência de meu pai. Venham comigo até o cemitério". Aceitaram o convite, e lá foram a pé ao cemitério, que ficava um pouco longe do tribunal. Enquanto isso, lá na Itália, o pessoal ficava assustado com o silêncio e a imobilidade do santo. Em Portugal, chegados ao cemitério, o Santo Antônio pediu aos coveiros que abrissem a cova do homem assassinado. Aberto o caixão, ele perguntou ao defunto: " Meu irmão, diga perante todos, se foi meu pai que  matou você?". O defunto abriu a boca e disse devagar: "Não foi Martinho de Bulhões quem me matou". E tornou-se a calar, sem acusar ninguém. Estava provada a inocência do seu pai. Não se tem mais detalhes sobre a ampla paciência dos fiéis italianos aguardando na Igreja o emudecimento do santo. Para os italianos costumeiramente tagarelas e agitados, esse foi o maior milagre. Apesar da bilocação de Santo Antônio (dom de estar em dois lugares ao mesmo tempo), os juízes portugueses não mais solicitaram seus préstimos para esclarecimento. Não se tem relatos das queixas ou agradecimentos de seu pai. E os ouvintes italianos demoraram a saber o porquê daquele longo lapso do santo em pleno sermão. Si non é vero...

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